Projeto Cabral

​Buscamos contribuir com efetividade, para o desenvolvimento de uma agricultura fundamentada da produção sustentável, do mercado de créditos de carbono e, por consequência, colaborar para a mitigação das mudanças climáticas.
Desse modo, entendemos que o carbono nos solos agrícolas está em declínio, se comparado com as áreas naturais. Esse decréscimo é potencializado por fatores antrópicos como manejo equivocado que a agricultura convencional proporciona ao generalizar a pedodiversidade. Assim, medições de carbono em vegetação natural e em áreas agrícolas pode retratar o status desse elemento no solo para tomada de decisão quanto a conservação ou exploração sustentável desse recurso natural não renovável.
Portanto, o conhecimento acerca da variação do carbono dos solos brasileiros é primordial. Estudos que contribuam com o mercado mundial de créditos de carbono potencializam a capacidade produtiva, pois o aumento na renda do produtor possibilita o investimento em tecnologia para produção de alimentos mais eficiente e sustentável, preservando o ambiente e mitigando o aquecimento global. Em termos conceituais, o carbono no solo é um componente essencial para a saúde dos ecossistemas terrestres e para a regulação do clima global. Esse elemento ocorre de duas formas principais: a) Carbono orgânico, presente na matéria orgânica em decomposição com funções de nutrir plantas e outros organismos edáficos, melhorar a estrutura do solo, aumentar a capacidade de retenção de água e favorecer o crescimento das plantas, e b) Carbono inorgânico, composto por formas minerais de carbono, resultantes de processos físicos e químicos no solo. Essa forma de carbono tem maior estabilidade e pode permanecer no solo por longos períodos, diferente do carbono orgânico, que é mais suscetível à decomposição e à liberação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
O sequestro de carbono pelo solo desempenha um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas, uma vez que atua como um "sumidouro" de carbono, removendo CO2 da atmosfera e armazenando-o no solo. Práticas agrícolas sustentáveis, como sistemas agroflorestais, plantio direto e rotação de culturas, podem aumentar o acúmulo de carbono orgânico no solo, o que contribui para redução das emissões de gases de efeito estufa.
Além dos benefícios para o clima, o aumento do carbono orgânico no solo também melhora sua capacidade de retenção de água, reduzindo a erosão e tornando os ecossistemas mais resilientes a secas e inundações. Logo, a conservação e a restauração dos solos são fundamentais para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e para garantir a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar global.